Conversas

Foto: Prof. Guershon Kwasniewski
‘O diálogo tem o poder de adiar o conflito’ dizia o Prof. Donaldo Schuler em uma palestra da qual tive o privilégio de participar algum tempo atrás. Conversar, como ele demonstrou, é a capacidade importante que o ser humano tem de evitar, ou ao menos postergar, uma das coisas que desabona bastante– a imposição forçada, a briga, a violência, verbal ou física. Claro, é possível apimentar discussões, acalorar o debate, destacar diferenças. Mas sempre que isso permanece no campo das idéias, permanece no âmbito mais adequado.

Lembrei disso por participar, hoje pela manhã, da gravação do programa “Conversas Cruzadas” da TVCom. O jornalista Lasier Martins conduziu um debate sobre o Natal e seu sentido hoje. Além de mim, estavam presentes Dom Remídio Bohn, bispo auxiliar de Porto Alegre, Prof. Guershon Kwasniewski, da Sociedade Israelita Brasileira de Cultura e Beneficência e o Prof. Ahmad Ali, do Centro Islâmico do RS.

Dois celebram o Natal, e acreditam no menino de Belém como o Salvador da humanidade. Dois, discordam. Teoricamente, uma mistura com bom potencial para algo não ir tão bem. Mas creio que os quatro, ao cruzarem palavras, oportunizaram àqueles que assistirem ao programa no dia 25.12, às 22h50, uma oportunidade tranqüila de reflexão e também de conhecimento de pontos de vista diferentes.
Conversar não quer dizer necessariamente concordar. Mas normalmente quer dizer crescer. Ao menos quando o diálogo é feito de com coragem e consideração. Coragem de dizer o que se pensa e acredita. Consideração em colocar-se no lugar de quem vai ouvir o que está sendo dito.

A mensagem do Natal é assim. Em Jesus Cristo, Deus resolve falar com a humanidade pessoalmente. E as conversas cruzadas por Ele com as pessoas de seu tempo – e conosco, ainda hoje, através de Sua Palavra – mostram que Ele quer atrair, e atrai de fato, muitos a si com a boa notícia daquela noite especial. Mas que em nenhum momento autoriza a utilização da violência, conflito ou briga para tal. “Meu Reino não é deste mundo”, pregou. Suas Palavras - e também suas ações – apreendidas pela fé são suficientes e completas.

“Acho que o debate foi bom!”, disse Lasier Martins, ao final.

Concordo, Lasier..

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