Profundo

Existem várias formas de se praticar mergulho com segurança. Alguns o fazem de snorkel. Ao que parece, dá para ir até onde o cano de respiração alcança. Outros, já bem mais preparados, utilizam o escafandro, que permite ver muito mais das maravilhas submarinas. Quando se quer ir a fundo mesmo, entretanto, a opção é o batiscafo ou o submarino.

Qual deles predomina em nossos relacionamentos? Com a maioria das pessoas, está certo, snorkels e escafandros são suficientes e até recomendados. Mas o Natal é época de lembrarmos que o ano inteiro somos pilotos de submarino. Está certo, com boa parte das pessoas podemos ficar na superfície ou um pouco além. Em alguns casos, é até o mais recomendado. Mas com aqueles que amamos, é importante nos envolvermos profundamente, ir até onde for preciso para amar, ajudar, estar ao lado.
Isso é meio que um contra-senso numa sociedade do rápido e descartável, onde ‘não sou obrigado a agüentar isso’ e ‘não deu certo, troca’ são duas frases que freqüentemente vêm à tona do pensamento. Mas lá no fundo sabemos que são os relacionamentos aprofundados que fazem emergir as realidades efetivamente duradouras e proveitosas.

O menino do Natal, Jesus Cristo, é exemplo disso. Entrou de submarino na realidade humana. Tornou-se homem, nasceu em humildade. E quando se esperava que dali ele só subisse, a história não foi bem essa Foi lá pra baixo, como ninguém mais. Foi humilhado e morto. Mas voltou a viver, emergiu mostrou sua força e também seu carinho e amor. Amor profundo.

Diante de tantas propostas epidérmicas e que não vão muito além da superfície, é bom podermos, com Ele, mergulhar num mar de amor, do qual emergimos mais fortes, mais confiantes.

E profundamente felizes.

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