Direto na dor

Relato do Professor Odon Cavalcanti, psiquiatra, em conversa com os capelães na reunião de terça passada. Contou que estava com fortes dores nas costas e já tinha procurado muitas alternativas. Até que encontrou alguém que consegui ajudá-lo.
O tratamento incluiu massagem em algumas regiões musculares e, mais especificamente, nos lugares mais doloridos. “Onde eu mais sentia dor é ali que ela mais apertava’, relatou. Mas acrescentou a conclusão inevitável: “e ainda bem que foi assim. Pois somente atacando a dor e sua causa, é possível tentar eliminá-la.”

Há muitas pessoas que sofrem por mais tempo do que o necessário por não permitirem que os pontos doloridos de suas vidas sejam tocados. Sempre que alguém aborda o tema, fogem. E não importa se é aquele que vai com mais jeito ou aquele que simplesmente diz diretamente qual é a causa da dor. Ofendem-se ou ignoram. Retrucam asperamente ou simplesmente se calam. Mas não aceitam a ‘massagem’. E, desta forma, afastam-se da oportunidade de cura.

É por isso que Deus, mostrando nossos defeitos, coloca o dedo na nossa dor: para poder curá-la. É por isso que quando pessoas que nos amam apertam diretamente onde necessário, estão nos fazendo um grande bem. Quem, diante disso, vai embora e nunca mais volta, perde a chance de vencer e crescer. Quem volta para a próxima sessão, para conversar com quem teve a coragem de ajudar, não vai se arrepender. Vai encontrar um caminho que não tenho duvida, leva ao alivio do sofrer, a um outro jeito de viver.

Sentir dor, na vida, é até inevitável. Mas sofrer, em muitos casos, não. Desde que deixemos que a dor seja revelada e atacada, o alivio não está longe de chegar.

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