Células-tronco e vida

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Com a Lei de Biossegurança em processo de aprovação nas instâncias federais, voltam à tona as discussões sobre aspectos éticos das pesquisas com células-tronco. Por conseqüência, uma dos temas mais abordados neste ambiente também aparece com força: o início da vida.

No Toque de vida de hoje, algumas reflexões do ponto de vista cristão sobre o tema.

Início da Vida – O único critério objetivo para se determinar quando existe vida é o momento em que a fecundação está completa (zigoto). Neste momento já estão presentes os 46 cromossomas e todo o DNA do ser humano que inicia sua vida. Todo e qualquer outro critério de definição (viabilidade, nidação, formação do tubo neural, etc....) é subjetivo, ou seja, depende da opinião e posição de quem o emite.

Conceito de Pessoa, Ser Humano, Vida – Para os cristãos, é difícil separar estes conceitos. Um zigoto é um ser humano, e também uma pessoa, é uma vida, ao mesmo tempo. Não é possível distingui-lo de nós, que já estamos aqui do lado de fora, apenas porque ainda não se vê pernas, braços, atividade cerebral ou porque não paga impostos. De outra forma, vários outros seres humanos que já saíram do útero materno também deveriam sofrer alteração em sua classificação.

Qualidade e Santidade de Vida – Embora reconheçam que a melhor qualidade de vida possível deva ser buscada para todos os seres humanos, os cristãos defendem antes disso a Santidade da vida, isto é, a vida tem valor em si, pelo simples fato de ser vida.
Este é um conceito bastante subjetivo. O que para um pode ser qualidade de vida, para outro pode não.
Santidade de vida, entretanto, é um conceito objetivo: existindo vida, ela tem valor perante Deus e a sociedade, e por isso merece respeito e defesa absolutos.

Pesquisas com células-tronco – Até agora, as pesquisas com células-tronco embrionárias têm se mostrado problemáticas no que se refere à preservação da vida, uma vez que trabalham com óvulos plenamente fecundados – zigotos –, manipulando e descartando estes embriões, que já são vida humana em sua totalidade.
Já quanto às pesquisas com células-tronco adultas, não parece haver qualquer problema ético envolvido, visto que não representam ameaça à vida. Ao contrário, vão em direção da preservação e manutenção dela, tanto do embrião como das pessoas que, no futuro, eventualmente poderão se beneficiar deste avanço da ciência.

Para concluir, é importante afirmar que os cristãos são a favor de toda e qualquer pesquisa que seja feita para o bem da humanidade.
Desde que sejam preservados os princípios básicos de direito e defesa da vida.

Comentários

Unknown disse…
Bom dia. A graça e a Paz do nosso Senhor Jesus Cristo!

Sou membro de Igreja Batista em Brasília, e, entre outras atividades, exerço o cargo de Vice-Presidente do CONADE - Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

Meu entendimento a respeito das pesquisas com células tronco embrionárias - tal como o entendimento dos Ministros do STF que julgaram constitucional o artigo 5º da Lei nº 11.105, de 2005 - é o de que não há violação dos direitos à vida, pois as pesquisas serão realizadas em embriões que já não têm chance de serem desenvolvidos. As pesquisas somente serão realizadas em embriões com mais de três anos de congelamento, os quais, se não utilizados para pesquisa, serão, de qualquer forma, descartados.

Penso que se alguma violação à vida existe nesse contexto, está no ato da fertilização de vários óvulos, sem prespectiva de serem todos desenvolvidos em seres humanos.

Se somos "a favor de toda e qualquer pesquisa que seja feita para o bem da humanidade", não vejo impedimento na realização das pesquisas com embriões que serão destruídos.

No amor de Cristo.
Denise Granja

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