Machucados

“Aqueles que mais nos amam ou consideram, às vezes são os que mais nos ferem.”
Li esta frase outro dia, e me ocorreu que ela é tão dura quanto real.

Mas também me levou a outro olhar.
Ela é real porque é uma conseqüência natural. Afinal de contas, as pessoas que mais amamos, e as que mais nos amam, são aquelas com quem temos mais contato. Se não vemos todos os dias, pelo menos regularmente. Ligamos. Mandemos um email. E a lógica está aí. Quanto mais convivemos com alguém, maiores as chances de, em algum momento, ferirmos ou sermos feridos. È óbvio que é mais fácil ser simpático e cuidadoso com um estranho. Nunca mais ou dificilmente vamos vê-lo.não temos compromisso sentimental, emocional, existencial nenhum com ele/a. Mas com as pessoas próximas, sim. E temos contato inúmeras vezes. Portanto, maiores as chances de, em algum momento, machucar.

Notando isso, fica ainda mais evidente como é perfeito o amor de nosso Pai,. que convive conosco diariamente mas é incapaz de nos ferir, machucar ou decepcionar. Se a Palavra dele às vezes nos deixa mal, é porque revela a nossa imperfeição, o que fizemos que prejudica a nós mesmos ou ao nosso próximo.
Mas Ele vai além. Não pára no diagnóstico. Deus sempre nos mostra o caminho, a nova oportunidade, o jeito de fazer diferente e melhor.

É certo, em alguns momentos, alguém próximo nos machuca e então, mesmo perdoando, é a hora de repensar. Dar um tempo. Talvez até se afastar. Pois nem tudo é feito ‘sem querer”. Mas sempre podemos, com a força que Ele nos dá, compreender os machucados que acontecem, inclusive entre pessoas que se amam. Não para simplestemente não nos importarmos. Mas, ao contrário, para nos importarmos ainda mais e sabermos que estamos passíveis de sermos feridos ou de causarmos ferimentos.

E, mais importante que isso, estamos passíveis de termos em mãos o único remédio eficaz diante deste diagnóstico: Perdão dado. E recebido.

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