Amor e controle

Existem basicamente duas maneiras de nos relacionarmos com as pessoas: ou as amamos, ou as controlamos.

Ao controlar, procuramos ter as emoções dos outros sob custódia. Controlando satisfazemos mais o nosso ego e nossas vontades. Mesmo quando é sem querer, tentamos enfraquecer os demais para que se espelhem em nossa suposta força. Alimentamos mais nosso desejo de sermos aprovados, e tendemos a querer ser donos da situação. Ainda assim, é um jeito de se relacionar que, para alguém, pode ser uma forma de demonstrar amor, ou ao menos consideração.
Forma meio estranha, esta.

Ao procurarmos amar, nosso ‘eu’ ganha companhia. Ou seja, não mais reina solitário, mas vive num conjunto de iguais. Em alguns momentos, até meio que vai para o sacrifício. Pois nesta modalidade nos entregamos, doamos. Vamos além do necessário e ficamos aquém do que gostaríamos. Procuramos fortalecer o outro, para que ele seja ele mesmo, e que se relacione conosco de uma maneira igualmente amorosa.
Forma irrestrita, esta.

Em geral, na vida de relacionamentos, controlamos ou amamos. E controlar normalmente é mais fácil.

Deus fez o mais difícil: amou o mundo, as pessoas. E ainda ama. Um amor que, simultaneamente, nos aproxima Dele e nos deixa livres para viver. Fortalece a fé em Jesus, nos ama como filhos e impulsiona a fazer o mesmo pelos nossos irmãos. Amar é mais difícil. Mas quem disse que é o mais fácil que traz o melhor resultado?

Exercer controle pode ser melhor para o ‘eu’. Mas amar sempre é melhor para o ‘nós’. Controlar pode satisfazer mais os desejos. Amar, supre melhor as necessidades. Tentar controlar só aumenta nossa insegurança. Procurar amar só aumenta nosso fundamento. A segurança de que, porque Ele nos amou primeiro, facilmente recebemos forças para fazermos o mais dificil: amar sem medida..

Controlar não é a melhor forma de demonstrar amor. Mas amar é sempre a melhor forma de viver sob controle.

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