O custo

Todos os dias, ao voltar da aula, o garoto tinha a tarefa de alimentar o seu pai. Era um homem tão machucado que não podia muitas coisas sozinho. Para ajudar no dia-a-dia, a mãe deu ao menino a tarefa de alimentá-lo diariamente.

Mas, um certo dia, o garoto, agora um pré-adolescente, desabafou com a mãe: “Puxa, mãe, ao longo de todos estes anos eu me privei de muitas coisas em várias ocasiões. Jogar futebol, sair, reunir-me com os amigos. Tudo porque é minha obrigação alimentá-lo. Por que tenho que fazer isto o tempo inteiro?”

A mãe viu que era tempo de o menino conhecer a história e, então, sentou-se com ele e contou:
“Seu pai e eu éramos casados há pouco tempo quando nossa casa pegou fogo. Um vizinho chamou os bombeiros e eles entraram na casa para nos resgatar. Conseguimos sair a salvo mas, quando nos demos conta de que nosso bebê ainda estava dentro da casa em chamas, seu pai não hesitou. Correu de volta e só conseguiu salvar o bebê pulando da janela do segundo andar. O bebê salvou-se sem nenhum arranhão, mas seu pai ficou muito ferido. O calor do fogo queimou sua garganta e pulmões, e a queda quebrou sua espinha, deixando-o paralítico.

Aquele bebê, meu filho, era você.”

A mãe encerrou ali e voltou aos afazeres domésticos.

Após um longo tempo, o rapaz levantou, pegou o prato de comida e o garfo em cima da mesa e sentou-se em frente a seu pai. Agora que ele sabia o que custou ao pai salvar sua vida e porquê ele precisara alimentá-lo todos os dias, o menino via seu pai de maneira diferente e nunca mais teve dificuldades em, diariamente, dar-lhe comida.

Há tantas pessoas que nos proporcionam tantas coisas boas em nossa vida, e nem sempre sabemos valorizar. Como Deus, que pagou alto preço – a vida de seu Filho - para nos salvar e dar nova vida.

Por isso, é quando compreendemos o custo que tudo fica diferente.

Fonte da ilustração.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Nos trilhos

O Carpinteiro e os jardineiros