Saramago, Deus e constatação

No dia 20 de outubro de 2009, o tema do Toque de Vida foi “Saramago, Deus e propósitos”. Nele, comentávamos o seguinte:


“Recentes declarações do escritor José Saramago, a propósito do lançamento de seu novo livro, mostram mais uma tentativa do autor de praticar algo fora de seu alcance: exegese bíblica. Esta área da Teologia se aprofunda na interpretação do texto bíblico, procurando, dentro da ‘floresta’, entender ‘cada árvore’. E também as ‘árvores’ em seu contexto.
Por declarações como as que fez já se entende com que propósito o autor costuma bater seu machado: “Não é contra Deus que escrevo, porque ele não existe. Escrevo contra as religiões que se definem contra a liberdade", “A Bíblia é um manual de maus costumes", deve ser mantida “escondida das crianças” (fonte).

Para o problema ‘Deus’, que é universal – todos se confrontam com ele e dão alguma resposta -, Saramago também teria a sua.

Diversos comentários poderiam ser feitos, mas ficamos apenas em um: na verdade, o que Saramago faz é positivo: ele confirma a Bìblia. A Palavra mesmo destaca que o descrente diz no seu coração: “Não há Deus” O estranho seria ele aceitá-la. Alguém sem fé ler a Bíblia e desprezá-la nada mais é que reafirmar o que a própria Palavra diz..
Ou seja, as opiniões deste José vêm a reforçar aquilo que ele julga destruir. A história do Filho de José, apesar de passar pelo intelecto para ser compreendida, só pode ser lida de verdade com outra inteligência, a qual revela seu propósito. E esta não é a das palavras, articulações e opiniões meramente humanas. É Presente de Deus.

Por fim, como vemos, a Bíblia continua viva, útil e servindo para muitos propósitos. Inclusive para um ateu vender seus livros.”

De lá pra cá, algo se pode acrescentar. No dia de hoje, em que aos 87 anos José Saramago, “ateu convicto”, se despediu deste mundo, uma constatação é fácil de fazer.

Agora finalmente ele vai saber se Deus existe ou não.

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