Perto

Mil metros. Esta é a distância que, de tempos em tempos, separa uma alegria imensa de uma dor intensa em Porto Alegre.

No momento, a alegria é vermelha. O Internacional vive a euforia de decidir novamente a Libertadores da América, junto com o passaporte já carimbado para o Mundial de Clubes, no final do ano. Já a dor é azul. O Grêmio vive a angústia da falta de vitórias, zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, saída do técnico e outros integrantes, chegada de um novo treinador.
Em linha reta, o estádio do colorados, Beira Rio, está a não muito mais do que 1000m do Olímpico, casa dos gremistas. Embora às vezes haver momentos em que os dois estão em fase de celebração, a gangorra de sentimentos não é algo que estes vizinhos não estejam acostumados.

Nós, também. Pois muitas vezes realização e frustração, alegria e perda, proximidade e afastamento, carinho e solidão, são também separados por muito pouco. Nem sempre são quilômetros ou metros, mas palavras a menos, a falta de um olhar ou um abraço, a ausência de um pequeno gesto. Pouco, bem pouco... E o cotidiano nos ensina que a distância entre a imensidão alegre e a profundeza dolorosa pode ser menor do que gostaríamos que fosse.

Pelo menos de uma coisa sabemos. A distância entre nosso coração e o de Deus... não existe. Se há fé, não haverá frustração. Se há amor, não há distância. Se há confiança, não há perda. Tudo bem, podemos ter os danos e dores da gangorra de cada dia. Mas estamos firmados no que é duradouro: sabermos que somos acompanhados por Aquele que nos quer fazer ir longe, cada vez mais longe.

Pois Ele está sempre perto, bem perto. Dentro.

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