Começando o dia
Sexta-feira, manhã. No farol vermelho, um motorista trocava ameaças com outro, que estava na pista contrária. “Vem você aqui!”. Ofensas, xingamentos. Trânsito em risco. Começo do dia anunciando uma sexta feia . Não dava para saber quem tinha razão, se é que alguém tinha. Dava apenas para pensar: “Vale mesmo a pena começar o dia assim? Numa sexta-feira, no início do ano?”. Imagina em Novembro. Talvez cheguemos à conclusão de que não era o início de uma sexta-feira, mas o final de uma semana inteira. Erupção de fatos acumulados. O tradicional deslocamento de insatisfações e frustrações para cima do primeiro que aparece. Naquela sexta foram aqueles dois. Em quantos outros dias somos nós mesmos? Em quantos problemas nos metemos semanalmente, pelo fato de que não conseguimos controlar, refletir, extravasar de maneira adequada.... e, se necessário - aquelas palavras que causam tanto medo, mas não deveriam -, admitir e mudar? O dia, que começou de um jeito, poderia ter acab