O sucesso do Natal

por Marcos Schmidt

O personagem pré-natalino João Batista está longe de ser um homem bem sucedido. Usava roupas de pelos de camelo, comia gafanhotos e montou o seu negócio longe do público, no deserto. A propaganda? Sem a atração dos milagres, solução dos problemas, prosperidade: "Arrependam-se dos seus pecados”. O final da história desse cara esquisito e destinado ao fracasso está num vídeo terrorista: a cabeça cortada e exibida numa tigela. Coitado! Vida curta, infeliz, desastrosa.

João Batista nunca deveria ser alguém para preparar o Natal. Natal é festa, alegria, comida, presentes, ruas enfeitadas, magia. João Batista é um estraga prazeres, se mete onde não é chamado,  manda as pessoas mudarem de vida. Quem é ele para dizer que isto ou aquilo é pecado? Quem ele pensa que é? É um estraga prazeres. Teve um fim bem merecido. Se tivesse ficado quieto tudo seria diferente.

Mas o anfitrião do Natal pensa diferente: “Eu afirmo que vocês viram muito mais que um profeta. João Batista é o maior de todos os homens do passado” (Mateus 11). Jesus não só devolve a cabeça de João, mas todo o corpo dele, os pés, a boca, as cordas vocais, o cérebro, a mensagem, a missão. E coloca um tapete vermelho lhe conferindo o sucesso num reino que está próximo das pessoas e ao mesmo tempo longe delas. Uma voz que continua gritando no deserto: Vocês aí nesse mundo dos negócios, metas, conquistas, vaidades,  preparem-se, porque o reino de Deus está chegando.


Nessa hora é a minha cabeça que rola - da arrogância, auto suficiência, domínio. Para que Cristo tenha o comando e traga a vida. Por isto o testemunho de outro João: "Houve um homem chamado João, que foi enviado por Deus para falar a respeito da luz. Ele veio para que por meio dele todos pudessem ouvir a mensagem e crer nela. João não era a luz, mas veio para falar a respeito da luz, a luz verdadeira que veio ao mundo e ilumina todas as pessoas" (João 1.6-8). Quem disse que este cara não foi um homem de sucesso?


P. Marcos Schmidt
Novo Hamburgo, RS

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