Pelo quê?


Os brasileiros acompanharam no domingo, dezessete de abril, um dos momentos que era para ser somente histórico da nação. Entretanto, acabou sendo também um dos momentos mais bizarros que já testemunhamos.

O motivo? O motivo foram...os motivos. As pessoas que se apresentaram na tribuna para dar seu voto trouxeram também os motivos pelos quais estavam fazendo aquilo. A lista não foi curta. Pela familia, pelo marido, pelos filhos, pela esposa, pelo pais, pela nação, por terroristas, por torturadores, por isso, por aquilo.... A pergunta que fica é pelo quê estavam aquelas pessoas lá, de fato? Era realmente pelo que diziam estar? Dá para conectar as palavras do domingo com as ações de segunda a sábado?

A pergunta também pode ser feita a nós – já que um parlamento é feito por pessoas que saíram daqui, de onde estamos. Pelo quê dizemos sim ou não às coisas na vida?

Em alguns momentos, como naquele domingo, vai depender se há uma câmera ligada, se há pessoas nos vendo. Nestes casos, tendemos a utilizar as palavras “que precisam ser ditas”. Juramos amor à familia e acreditamos ser ótimos  pais, mães, maridos, mulheres, filhos, amigos, profissionais. Em outros, quando somos só nós com as pessoas a quem dizemos valorizar, é quando acontece a hora da verdade. Deixamos de ser ‘políticos’ e somos nós mesmos. E aí, deixamos mais a desejar do que gostamos de admitir.

Incoerentes. Muitos políticos são, sem dúvida. Muitos cidadãos também. Na verdade, não “muitos”, mas todos. A incoerência está lá dentro e, quando se manifesta, é motivo suficiente para o impedimento de todo e qualquer orgulho, vaidade ou hipocrisia. 

Nesta hora, vemos que todos precisamos daquele que veio a este mundo não para ocupar um trono ou uma tribuna, mas uma cruz. Porque Ele já sabia pelo quê iria lutar. Já sabia a que diria sim e contra quê diria não. Ele sabia pelo quê valeria a pena dar sua própria vida.

Por você.


 P. Lucas André Albrecht

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