No longo prazo


Na primavera de 2016, a cidade de Fort McMurray, no Canadá, enfrentou uma catástrofe. Um incêndio florestal de grandes proporções começou a avançar para a cidade, destruindo casas e tirando todos os cerca de 90 mil pessoas de suas residências. O incêndio foi tão gigantesco que podia ser visto do espaço. Felizmente, não houve mortes. Ao menos não diretamente. As duas fatalidades que aconteceram foram em um acidente de carro de pessoas que estavam indo embora da região.

Em uma entrevista relacionada a este evento, um líder de associação de bombeiros daquele pais alertava para algo que não costumamos ver, nem ouvir falar: o fato de que os bombeiros, em função do trabalho, adquirem problemas de saúde a longo prazo, especialmente câncer. Quando estão combatendo o fogo , estão bem protegidos e não são afetados por quase nada, diretamente. No entanto, estariam expostos a elementos cancerígenos que vão se manifestar apenas alguns anos depois. Não há muito o que se fazer a respeito, relatava o entrevistado, já que é algo inevitável, um risco inerente à profissão. A busca do grupo era, por, ao menos, alguma forma de compensação para o bombeiro ou para sua família.

Enquanto lutamos contra os focos de incêndio diários que vão surgindo, no longo prazo, há um elemento letal, que vai nos conduzir à morte. O pecado. Assim, mesmo que, aparentemente, vamos tendo vitórias, continuamos expostos ao efeito dele. Quando agimos apenas em função de nossos sentimentos de momento, instintos ou arrogância, até podemos debelar brigas cotidianas. Mas no longo prazo, a doença que vai tomando conta de nosso caráter e de nossa alma resseca nosso coração. O fim vai chegar. E, neste caso, não há qualquer tipo de compensação possível à força de nossas mãos.

Felizmente, para esta doença não existe compensação – existe cura. Jesus Cristo deu sua vida para que a nossa fosse salva. Ainda vamos morrer nesta vida, é verdade. Mas ganhamos a vida eterna. E ganhamos, ainda, a sua presença e sustentação para enfrentarmos os incêndios diários a partir de outra perspectiva. Diminuindo o espaço para a amargura, frustração e “vitória a qualquer preço”. E aumentando as possibilidades de que a Água da Vida, presente em nossos corações pela fé, flua livremente em nossos relacionamentos.

Pois sabemos que a cura definitiva está providenciada e que, no longo prazo, não teremos complicações.

Ao contrário: perfeição e alegria sem fim.



 P. Lucas André Albrecht

  

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